sábado, 23 de fevereiro de 2013

S.O.S. EUROPA



Durante muito tempo fui um acérrimo defensor de cortes na despesa pública, pensando que seria a única solução para evitar a queda no abismo. Contudo, passados esses últimos anos de cortes na despesa e agravamentos da carga fiscal assistimos a explosão da crise social. Grandes pensadores da economia divergem quanto as soluções, e é certo que nas condições em que nos encontramos, nem este, nem qualquer outro governo é capaz de inverter este ciclo que se arrisca a ser o mais devastador dos últimos 100 anos. Atingidos os 16,9% de taxa de desemprego e com tendência a subir, conclui-se finalmente que o caminho não é este. No entanto, sem ajuda, é o único que podemos percorrer.
Resignamos-nos a esta fatalidade?

Não!!!
Precisamos urgentemente de um plano de investimento público maciço para contrariar o ciclo económico presente, e só depois, podemos pensar em consolidar as contas públicas. E o que é que a Europa pode fazer por nós? Simplesmente promover uma política Europeísta, que não se esgota apenas ao livre-trânsito de bens e cidadãos. Necessitamos de um verdadeiro federalismo com políticas orçamentais conjuntas. Precisamos principalmente de financiamento ao estado por parte do Banco Central Europeu através da emissão de moeda. Isso por si só resultaria imediatamente em custos de financiamento reduzidos e desvalorização do Euro que permitiria maior competitividade com os mercados extra-Europa. Contra essa solução temos uma Alemanha apenas preocupada consigo mesmo e com medo de fantasmas antigos. Acredito que essa mesma Alemanha que conseguiu destruir por duas vezes a Europa num curto espaço de tempo (1914-18 e 1939-45) tem uma oportunidade histórica para se redimir das páginas negras que conseguiu escrever com o sangue de perto de 70 milhões de pessoas.
Uma coisa é certa, sem a ajuda exterior, não temos outro destino se não a pobreza.