sexta-feira, 1 de março de 2013

GRÂNDOLA, VILA MORENA


Não sendo do tempo desse marco da democracia Portuguesa, tive que pesquisar a origem da música "Grândola, Vila Morena". Reza a história que esse hino à liberdade nacional foi composto como homenagem à "Sociedade Musical Fraternidade Operária Grandolense" por Zeca Afonso, e foi cantada pelo mesmo a 17 de Maio de 1964. Tornou-se símbolo da nova era política ao ser escolhida como senha para a revolução de 25 de Abril. Às 00:20 do dia de 25 de Abril de 1974, a Rádio Renascença transmitiu a música servindo de sinal para o arranque das tropas.
Quase 40 anos depois, mergulhados na maior crise financeira, económica e social dos últimos 100 anos, surge de novo esse cântico da salvação. No entanto o resultado é bem diferente. As manifestações não passam de uma reunião de pessoas cansadas pela pobreza que emerge em pleno século XXI, com o grito de ordem – Políticos para a rua – ao som do cântico libertador "Grândola, Vila Morena". A iniciativa seria boa se resultasse em alguma coisa, o que não é o caso. Passar o dia a cantar sem que nada se suceda é uma completa perda de tempo. Os políticos causadores da desgraça já cá não estão, e estes desgraçados que continuam a olhar para as suas vidas pouco se interessam que diariamente haja um festival da canção ao som da cantiga de Zeca Afonso. Para quem quer mais e pensa que temos alternativas válidas dentro do nosso país tem que passar à fase seguinte. Como há 40 anos atrás, a música tem de servir de senha para a revolução ou não passa de manifestação estéril de conteúdo.