quarta-feira, 30 de julho de 2014

O PREÇO DO PETRÓLEO

Na semana passada assistimos à integração da Guiné-Equatorial na CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa). Fazem parte dessa comunidade: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, Portugal, São-Tomé e Príncipe, Timor-Leste e finalmente a recém- promovida Guiné-Equatorial. Todos esses países são unidos pela língua Portuguesa. Então a pergunta que se impõe é o que faz a Guiné-Equatorial neste grupo? Pois, não se percebe muito bem. Apesar de ter como língua oficial também o Português (pois ainda tem o Espanhol e o Francês), sabe-se que a nossa língua não tem qualquer expressão nesse pequeno país de 700 mil habitantes. Mas o absurdo não acaba aqui. Se fizermos uma visita rápida ao site desta comunidade podemos ler o seguinte:
“Apesar da exiguidade de recursos de que dispõe, a vitalidade da CPLP reflecte-se na defesa da Democracia e no elevado número de medidas conjuntas que os Estados-membros têm adoptado para harmonizar politicas, activar procedimentos comuns e cooperar em domínios tão importantes como a Justiça, a Educação, as Forças Armadas, Ambiente e Migrações, entre outros.”
Como podemos ler com mais atenção, é realçada a importância da democracia. É precisamente esse ponto o de maior interesse. A Guiné-Equatorial é uma ditadura agressiva , dirigida pelo pulso inflexível do tirano Teodoro Obiang há mais de 30 anos. Trata-se de facto de uma Coreia do Norte em ponto pequeno no continente Africano.

Então o porquê da sua integração? Talvez tenha a ver com o facto do seu PIB ser composto em 90% pela actividade petrolífera. Mas o problema da sua integração não acaba aqui. Portugal não só admitiu este novo parceiro, como galardoou o ditador com a presença do nosso Presidente da República  na cerimónia que decorreu em Díli. Podiam-nos ter poupado dessa humilhação mundial. Já as nossas congéneres Brasileira e Angolana não se fizeram representar pelas suas maiores figuras de estado.     

domingo, 20 de julho de 2014

Putin o Grande

A queda do MH17 na passada quinta-feira, além de ter resultado em quase três centenas de baixas civis, traz-nos a razão pela qual os dois maiores blocos geopolíticos já deixaram de o ser há algum tempo. Com efeito, tanto os EUA de Obama, como a Europa de Merkel, Cameron e Hollande, andaram os últimos meses preocupados com os seus problemas domésticos e deixaram que se arrastasse uma guerrilha no leste da Europa, com a bênção e ajuda do ditador Putin. Era público que o novo czar andava a largos meses a prestar ajuda militar e apoio político ao grupo separatista da Crimeia sem que ninguém (leia-se EUA e Europa) se opusesse, nem que fosse pela via diplomática. Como podemos ver depois da chacina, as reacções foram tímidas e ainda se esperam pelos dados conclusivos de um inquérito imparcial que já está morto antes mesmo de ter nascido, com as principais provas da queda do avião já retiradas. E assim vai crescendo, à vista de todo o mundo, a força que toda a gente tem medo de contrariar – a Rússia.