Na semana passada assistimos à integração da Guiné-Equatorial na CPLP
(Comunidade dos Países de Língua Portuguesa). Fazem parte dessa comunidade: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, Portugal, São-Tomé e
Príncipe, Timor-Leste e finalmente a recém- promovida Guiné-Equatorial. Todos
esses países são unidos pela língua Portuguesa. Então a pergunta que se
impõe é o que faz a Guiné-Equatorial neste grupo? Pois, não se percebe muito
bem. Apesar de ter como língua oficial também o Português (pois ainda tem o
Espanhol e o Francês), sabe-se que a nossa língua não tem qualquer expressão
nesse pequeno país de 700 mil habitantes. Mas o absurdo não acaba aqui. Se
fizermos uma visita rápida ao site desta comunidade podemos ler o seguinte:
“Apesar da exiguidade de recursos de que dispõe, a vitalidade da CPLP
reflecte-se na defesa da Democracia
e no elevado número de medidas conjuntas que os Estados-membros têm adoptado
para harmonizar politicas, activar procedimentos comuns e cooperar em domínios
tão importantes como a Justiça, a Educação, as Forças Armadas, Ambiente e
Migrações, entre outros.”
Como podemos ler com mais atenção, é realçada a importância da
democracia. É precisamente esse ponto o de maior interesse. A Guiné-Equatorial
é uma ditadura agressiva , dirigida pelo pulso inflexível do tirano Teodoro Obiang há mais de 30 anos. Trata-se
de facto de uma Coreia do Norte em ponto pequeno no continente Africano.
Então o porquê da sua integração?
Talvez tenha a ver com o facto do seu PIB ser composto em 90% pela actividade
petrolífera. Mas o problema da sua integração não acaba aqui. Portugal não só
admitiu este novo parceiro, como galardoou o ditador com a presença do nosso
Presidente da República na cerimónia que
decorreu em Díli. Podiam-nos ter poupado dessa humilhação mundial. Já as
nossas congéneres Brasileira e Angolana não se fizeram representar pelas suas
maiores figuras de estado.
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