segunda-feira, 11 de agosto de 2014

PONTO FINAL NO LIBERALISMO

Basta! Ao fim de 6 anos de sacrifícios ainda somos brindados com mais um escândalo financeiro que acaba com um dos maiores grupos financeiros do nosso pequeno país. Não se trata de um fim consequente da crise económica e financeira que vivemos, mas sim devido a fraude perpetuada ao longo dos anos. Esse comportamento só foi possível, num sistema político que nos vem apregoando nas últimas décadas os méritos do liberalismo, fazendo do estado regulador, o grande “papão” que se há-de transformar em ditadura sangrenta. Mas a maior das ironias é precisamente o estado vir em ajuda aos liberais nas horas de maior aflição, atirando para a fogueira milhares de milhões de euros a custa dos trabalhadores que nada pediram.
Desde a entrada do actor transformado em político, Ronald Reagan, na casa Branca, e passando pela ultraliberal Margaret Thatcher do Reino Unido, fomos ouvindo que o estado não pode ter um papel tão grande na sociedade, e tudo fizeram para diminuir o seu tamanho. Outros se seguiram, um pouco por todo o mundo, incluindo no nosso Portugal, que se apressaram de colocar nas mãos dos privados todos os negócios estatais fundamentais para o bom e justo funcionamento da nossa sociedade, lembro apenas a GALP e a EDP.

Esta última década tem que marcar definitivamente o fim de uma sociedade desregulada, governada apenas pelo apetite voraz dos interesses privados. Não sou a favor de um estado que esteja presente em todas as áreas de negócio de uma sociedade, mas acredito plenamente que o estado deve estar presente em certas áreas estratégicas, tais como a saúde, educação, finança e energia. Estes últimos anos têm como único aspecto positivo o facto de nos mostrar que a iniciativa privada não pode tomar conta de toda a actividade económica de uma sociedade, sob pena da própria democracia correr o risco de dar lugar a um estado ditatorial apoiado por uma retórica extremista. Como nos ensina a história, os líderes absolutistas sobem ao poder em momentos de graves crises económicas. Basta recuarmos a década de 1930 para analisarmos a ascensão do partido Nazi liderado por Hitler na Alemanha. 

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