A semana passada ficou marcada por mais um triste episódio da
nossa política Portuguesa. Apesar de pouco falado, o convite armadilhado de
Passos Coelho ao líder do partido Socialista para a reforma das pensões, é dos
assuntos mais importantes que esta legislatura tinha para resolver. Trata-se de
um convite armadilhado, porque Passos e a sua “entourage” sabiam que a um ano
das eleições, o partido socialista jamais aceitaria se sentar a mesa para
discutir qualquer tipo de acordo, portanto permitia ao actual governo a
vitimização que garante sempre uns votos na hora de ir as urnas. O partido
socialista é irresponsável por não aceitar o diálogo sobre uma questão tão
importante como as pensões. Trata-se seguramente, da questão mais importante
para a coesão social a longo prazo.
Como todos nós sabemos, mas pouco se tem
falado, a questão demográfica está por detrás de toda a problemática a volta
das pensões. Segundo o INE, em 2013 registaram-se 82.787 nascimentos e 106.543
óbitos. Estes números consolidam uma tendência verificada nos últimos anos. Portugal tem uma população cada vez mais envelhecida. Do ponto de visto
económico e social, o resultado é desastroso, pois no futuro não teremos
população activa suficiente para dar resposta a uma 3º idade cada vez mais
numerosa. Com este cenário no horizonte, constatamos que a governação é feita
por uma classe política despreocupada com o futuro da nação, em que o seu
horizonte de actuação não ultrapassa os quatro anos de uma legislatura. Triste
democracia que nos deixaram há 40 anos atrás. Temos apenas a escolha entre o mau
e o péssimo.
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